sábado, 12 de janeiro de 2008

Minha fugaz Benazir

“não aponte o dedo

para benazir butho

seu puto

ela está de luto

pela morte do pai

não aponte o dedo

para benazir

esse dedo em riste

esse medo triste

é você

benazir resiste

o olho que existe

é o que vê”

(Benazir, Chico César)


Acho que o assunto já saiu das primeiras páginas, mas resolvi falar sobre Benazir Bhutto. Falo tarde, talvez... mas não poderia tê-lo feito antes. Admito minha ignorância em assuntos internacionais e digo que até o mês de novembro de 2007 eu não sabia quem era Benazir Bhutto. Quer dizer, é... não sabia. Benazir figurava pra mim como personagem da canção de Chico César. Sempre achei no mínimo nonsense aquela canção, mas ainda assim me divertia com ela. Cheguei a atribuir a alcunha de Benazir a um dada vizinha, mesmo sem compreender o que isso poderia significar. Foi então que ouvi novamente a música e, agora que a net flamula ali no canto o tempo inteiro, não foi difícil pedir ao grande óraculo Google para revelar-me tal segredo e a sábia Wiki a letra:


“Benazir Bhutto foi educada em Harvard e em Oxford, no Reino Unido, onde estudou Ciências Políticas e Filosofia. Filha do primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhutto (1971-1977), ela voltou ao Paquistão em 1977, quando o general Muhammad Zia Ul-Haq aplicou um golpe de Estado e depôs seu pai, executado em 1979. Benazir assumiu, ao lado da mãe, a liderança do Partido Popular do Paquistão (PPP).”


Pensei "nossa, que mulher!!!" Claro, tinha as denúncias de corrupção e coisas confusas, mas gostei de descobrir que Benazir tinha sua versão em carne e osso. Me sentia mais íntimo agora. Passei então a propagar o conhecimento recolhido. Ainda mais que as eleições paquistanesas estavam chegando. E eis que, em dezembro, nossa relação foi cortada brutalmente. Não quero opinar nesses assuntos de política internacional, sobre quem tem a bomba, quem é mau e quem é bom... apenas penso na frugalidade da nossa relação com a informação em dias que essa chega por todos os lados, embora quase sempre das mesmas fontes... o mais interessante é pensar que estava aí o tempo todo, pensar como uma canção pode sintetizar informação de maneira poética, falando do mundo sem ser panfleto ou notícia de jornal, seja por vias dramáticas, seja pelo humor. Bem, de todo jeito, minha compreensão de mundo se alterou, se alargou talvez. E se a canção não foi suficiente para dizer quem era Benazir, deixou a pulga ali, e no momento certo a coisa se fez. Agora ela ganhou outros referentes e, pensando por esse viés, nem sei se minha vizinha merece tal alcunha agora.




...silêncionando...



Fome de tudo: enquanto eu estava entretido com um arco-íris britânico, aqui, bem mais perto, saía uma bolachinha colorida de uma banda que eu não sei como se reinventa tanto. O Sr. Veppo prometeu ajudar-me numa resenha do disco, quem sabe em breve ela não figura por essas bandas...

...

Olhei na tevê do bar e vi rolando o Planeta Atlântida, Jorge Ben no palco, talvez eu fale com os olhos de quem está por fora da coisa e fico feliz pelos lutadores do Clube da Luta, que vão ter sua participação nessa edição, mas sempre penso se essa estrutura toda, montada pra esses dois dias, não oblitera a realização mais paulatina de eventos que poderiam ocorrer durante o ano...

...

Latinizando: depois de por em dia alguma coisa de música brasileira no meu HD, tenho feito uma sondagem de coisas latinas, até agora tenho ouvido Café Tacvba, que conheço desde um especial MTV chamado Hermanos, Ely Guerra, Redondos, Fobia, Jumbo, a saudosa Soda Stereo, além do Gotan Project...



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